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Workshop debate tecnologia de bioflocos para aumentar produtividade de peixes Amazônicos

“Amazônia Sustentável: uma nova perspectiva para a aquicultura” é o tema do I Workshop Nacional sobre Tecnologia de Bioflocos (BFT) na Amazônia, organizado pelo Grupo de Pesquisa Aquicultura na Amazônia Ocidental do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), em parceria com o Programa de Pós-graduação em Aquicultura da Universidade Nilton Lins em ampla associação com o Inpa. O evento virtual acontecerá de 21 a 25 de junho e contará na programação com a participação de cerca de 20 pesquisadores e profissionais de instituições do Brasil, México, Peru e de empresas da iniciativa privada. Inscrições podem ser feitas pelo link https://eventos.congresse.me/bioflocos

De acordo com a coordenadora do Workshop, a pesquisadora do Inpa Elizabeth Gusmão, o evento busca apresentar e debater pesquisas que possam contribuir com novas tecnologias para aumentar a produtividade de espécies nativas da Amazônia, como tambaqui e matrinxã, e com a preservação do meio ambiente. O Amazonas é o estado com o maior consumo per capita de pescado do País, no entanto ainda compra boa parte do pescado que abastece o mercado local de outros estados da região Norte boa.

O sistema de bioflocos é uma tecnologia alternativa e sustentável para produção de peixes em alta densidade, que garante a qualidade e a reutilização da água por diversos ciclos, devido à ciclagem dos compostos nitrogenados, gerando o bioflocos, que são formados por microrganismos, artefatos de organismos mortos, detritos, fezes, exoesqueletos entre outros.

Além de aumentar a produtividade, o sistema de bioflocos contribui para diminuir o impacto da aquicultura no meio ambiente, e os flocos, que são ricos em proteínas microbianas, podem ser aproveitados como alimento durante a criação. O bioflocos, que já vem sendo usado na aquicultura mundial e no Brasil com tilápia e camarões, por exemplo, nos últimos quatro anos, tem sido motivo de pesquisas aplicadas às espécies nativas da Amazônia desenvolvidas pelo Inpa em parceria com a UniNIlton Lins, Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

“O diferencial do nosso trabalho é oferecer um produto que atenda às condições da região, como qualidade da água, espécies de peixes e, no futuro, de camarões, logística para o funcionamento do sistema e profissionalização de recursos humanos”, destacou a pesquisadora do Inpa. “Tudo isso é essencial para a aplicação e sucesso dessa tecnologia”, completou.

Segundo Gusmão, resultados de pesquisas desenvolvidas pelo Inpa e parceiros com o sistema de bioflocos mostram resultados promissores. Para a matrinxã se observou o aumento da sobrevivência maior que 70{9c39a809bf3cd4b2f5d2d39f61a3d6b4b170873af1eb37dc26598c5162b2fc75} das larvas, diminuição do canibalismo e densidades de estocagem elevadas e maior produtividade na larvicultura da espécie. Com o tambaqui se obteve redução do nível de proteína na ração de 32{9c39a809bf3cd4b2f5d2d39f61a3d6b4b170873af1eb37dc26598c5162b2fc75} para 24{9c39a809bf3cd4b2f5d2d39f61a3d6b4b170873af1eb37dc26598c5162b2fc75} durante a recria, eficiência nas fases iniciais da espécie com sobrevivência acima de 140{9c39a809bf3cd4b2f5d2d39f61a3d6b4b170873af1eb37dc26598c5162b2fc75} e maior crescimento das larvas.

“A adequação da manutenção do sistema BFT, que exige uma adaptação de todas as variáveis de qualidade de água, para as condições amazônicas também tem sido avaliada e já está bem estabelecida”, conta Gusmão.

Mais informações sobre a tecnologia podem ser obtidas no site Grupo de pesquisa (https://www.gpaquiculturanaamazonia.com/quem-somos) ou ainda pelo telefone (92) 3643-1933 ou pelo e-mail pgusmao1@yahoo.com.br.

O evento é gratuito, com direito a certificado e destina-se a pesquisadores, professores, estudantes de graduação, pós-graduação, produtores e profissionais da área. Inscrições podem ser feitas pelo link https://eventos.congresse.me/bioflocos

Cartilhas

Na abertura do evento, dia 23 de junho, serão lançadas duas cartilhas: Comportamento agressivo e canibalismo em matrinxã e Guia do consumidor para avaliação do frescor do pescado. Ainda este ano o grupo de pesquisa liderado por Gusmão deve publicar a primeira cartilha de Criação de matrinxã e tambaqui no sistema BFT, fruto de trabalhos de alunos de iniciação científica, estudantes de pós-graduação e pós-doutorado e pesquisadores da área. A publicação trará um protocolo com o passo a passo para a utilização da tecnologia com as espécies nativas.

Programação

A programação do evento contempla palestras, mesas-redondas, apresentação de trabalhos científicos e minicurso, tornando possível ao público a mais completa e produtiva reunião já realizada sobre este tema na Amazônia, segundo a organizadora o Workshop. Estarão presentes renomados pesquisadores das instituições nacionais (Furg, UFRPE, UFPR, UFMG, Udesc, Ufopa, UFSC) e internacionais (Universidad Autónoma de Yucatán, México), além de empresas privadas (Nova Aqua, Aquicultura Marinha Sustentável – PDM) com expertise na produção aquícola em sistema BFT, nas mais diferentes linhas de pesquisa.

Os palestrantes vão discutir o uso de tecnologia de bioflocos na carcinicultura (criação de camarões) e piscicultura (criação de peixes) nacional. Três alunos do PPG-Aquicultura, mestrado e doutorado, estarão como palestrantes no evento.

Minicurso

O minicurso “Qualidade de água em sistema de bioflocos” será realizado nos dois primeiros dias do evento (21 e 22 junho), em formato virtual e ao vivo, com duração de 12 horas. Serão aulas teóricas e práticas, e ministrado por quatro profissionais com expertise na produção de camarões e peixes em BFT.

A proposta da atividade é levar o participante a conhecer a tecnologia de bioflocos e aprender sobre as variáveis da qualidade de água e o manejo necessário para manter a produção de peixes e camarões em BFT. Ao todo, serão oferecidas 50 vagas no minicurso, única atividade paga do evento. As inscrições são feitas no próprio site do workshop https://eventos.congresse.me/bioflocos.

Apoio

O evento conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e Banco da Amazônia.

Categoria
Ciência e Tecnologia

nilton lins

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